bar do ferreira Célia Rabelo

Bar do Ferreira torna-se reduto do ritmo brasileiro em Águas Claras. A presença marcante da cantora Célia Rabelo enriquece as noites musicais

Bar do Ferreira
Bar do Ferreira
Bar do Ferreira
Bar do Ferreira

O Bar do Ferreira é o primeiro espaço do saudoso Jorge Ferreira fora do Plano Piloto. O mais famoso proprietário de espaços boêmios do Distrito Federal, como o Feitiço Mineiro (Que já recebeu o talento de Célia Rabelo ) e o Bar do Mercado, teve a música sempre lado a lado com a gastronomia. Não é diferente com o Bar do Ferreira – da decoração ao cardápio, tudo remete à tradicional boemia carioca, até na assinatura da marca, pelo talentoso Ziraldo.

Paulo Guilherme Pereira é um dos sócios do Bar do Ferreira de Águas Claras e responsável pela programação musical. Paulo tem uma vasta experiência no ramo, já que o Feitiço Mineiro faz parte da rede de bares e restaurante e é conhecido por sua tradição musical Ele percebeu que existia uma carência de atrações culturais e musicais em Águas Claras. Há seis anos, chega o bar do Ferreira com seu estilo 100% carioca, uma verdadeira viagem cultural, e com atrações musicais nas noites de sexta e no almoço de sábado, com chorinho e samba acompanhado de feijoada.
“O estilo será predominantemente samba, choro, bossa nova, mas estamos abrindo espaço para outros tipos de música, como o blues, brega e o forró. Nossa música é bastante variada e temos que abrir espaço para tudo, até porque tem pessoas que gostam e temos que atender a esse público também”, explica.

Bar do Ferreira
Bar do Ferreira Célia Rabelo

No início, ele ia buscar atrações musicais mas agora os artistas da cidade procuram o bar, até mais do que podem atender. É feita uma seleção e também é importante que o artista tenha um público próprio para trazer gente nova. Paulo esclarece que o courvert varia entre R$ 10 e R$ 20, dependendo do tamanho da banda ,e que o dinheiro vai todo para os músicos e para o técnico de som. Segundo Paulo, a receptividade dos “águas clarenses” é boa, movimenta a casa e sempre aparece gente nova. A tendência é melhorar quando as pessoas conheçam e saibam o que existe por lá. As atrações musicais do Bar do Ferreira são as sextas de 21h30 à meia noite e aos sábados a partir das 13h.

O Chorinho
Na década de 60, com a construção de Brasília, muitos cariocas vieram para se aventurar na terra vermelha e para trabalhar na construção da cidade. Para matar a saudade, começaram a fazer rodas de chorinho no meio do frio e da poeira, e a cidade foi sendo construída. Essa turma se concentrou no Cruzeiro, o bairro mais carioca do DF e, automaticamente, fundou-se o Clube do Choro, que hoje é Patrimônio Imaterial de Brasília e parada obrigatória de músicos de todo país, e que também exporta seus músicos. Brasília é considerada a capital do Choro.

Num bar de estilo carioca, músicos surgem no palco, com aquele chorinho malandro. Sobrinho de Reco do Bandolim, presidente do Clube do Choro, Augusto Contreiras, renomado violonista de sete cordas e que hoje faz parte do Grupo Caminhos do Brasil, que curiosamente é o mesmo nome do show. O grupo está gravando um CD com músicas autorais, um baião, chorinhos e quatro sambas feitos pelo filho de Augusto, o também músico Augusto Rodrigues. Já gravaram num primeiro set e o próximo será em meados de março. “Estamos ensaiando, como são músicas inéditas, o processo é mais demorado pois alguns arranjos tem que ser feitos. Estamos fazendo com calma, sem pressa. Muitos músicos do grupo não vivem só da música e conciliar os horários não é coisa fácil, mas estamos conseguindo. Se Deus quiser no fim de março ou início de abril nosso CD será lançado”, diz ele.

O Bar e o choro
Paulo Contreiras está feliz, pois junto com os músicos que vivem de outras experiências, agora contam com a presença da Celia Rabelo, que, segundo ele, é algo maravilhoso. “Célia é uma grande cantora e tem uma presença forte em Brasília. Juntar o choro com a característica dela em cantar vários ritmos e bem, completa qualquer palco”. O grupo Caminhos do Brasil fez alguns poucos ensaios com Célia, mas, na verdade nem seriam necessários pois ela sabe o que fazer e a química entre eles é muito boa. “Célia Rabelo, é uma mulher carismática e simpática e tocar com ela é sempre um prazer”, afirma Paulo.

Célia Rabelo
Célia Rabelo

A Musa Célia Rabelo
Nascida em Brasília, a cantora Célia Rabelo é hoje uma das mais importantes intérpretes da cidade. Na estrada há 17 anos, a cantora brasiliense desenvolveu seu talento como autodidata. Já participou de aberturas de shows de músicos famosos, como Fátima Guedes, Zélia Ducan, Ná Ozzetti, Jair Rodrigues, entre outros. Hoje, tem seu trabalho reconhecido em todo o país, assim como em Paris e no Haiti, onde já se apresentou.
Quando perguntada sobre o que é hoje Águas Claras na Cultura do DF, Célia Rabelo não pensou duas vezes: “está mais para a Secretaria de Cultura do que no Plano Piloto, da nossa Brasília. Águas Claras está surreal, com muitos bares, muita música ao vivo, gente jovem, gente bonita, pessoas nas ruas, confraternizando e aproveitando a vida. Estou pensando em vender a minha casa e mudar pra cá”.
Sobre a vida, Célia conta que trabalha de manhã, a tarde e a noite “onde chamar eu vou”. Gravou um CD e depois se acomodou um pouco, mas agora está com um novo CD no forno, de voz e violão. Ela cantará acompanhada com o violinista de sete cordas da cidade, Félix Júnior.

Sobre o Bar do Ferreira e os bares cariocas antigos, a cantora nos conta que o lugar físico ajuda. “Já temos um dia atribulado, cheio de novidades, todo dia é uma onça para matar e o bar do Ferreira me leva para outro lugar, porque é diferente de tudo que já conheci em termos de casas e bares”. A rede Bar do Ferreira, Feitiço Mineiro e outros consegue manter suas casas com música ao vivo de segunda a domingo e o Ferreira é tradicionalíssimo, com quadros de músicos da cidade e valorizando os artistas locais.

Conhecida como intérprete de samba e Bossa Nova, Célia Rabelo é madrinha dos jovens artistas que surgem no Clube da Bossa Nova, uma associação sem fins lucrativos, que tem como objetivos principais divulgar o gênero, contribuir para a sua perpetuação, incentivar a composição de músicas, dar oportunidade a novos talentos e valorizar cantores e instrumentistas. Atualmente, em parceria com o Sesc-DF, é responsável pelo apoio cultural à instituição e também mantido voluntariamente pelos associados.
Célia Rabelo conta que cantava muito Edu Lobo, adora música instrumental e uma música bem calma “Mas em um momento de minha vida, tive que entender que, com a morte da minha filha, havia prometido não cantar mais porque não conseguia”. Ela diz que fazia muito piano e voz em pubs e teve que buscar uma forma de voltar a cantar e assim passou a cantar samba e chorinho. “Não tinha tempo para respirar e chorar, era só alegria”, diz. E assim recomeçou, cantando como nunca e como uma espécie de terapia. “Com essa mistura de ritmos, não há tempo de ficar triste, o público interage, dança e sorri. Esse sorriso volta com muita coisa boa. Misturei e fiz” Célia olha à sua volta e diz que Águas Claras é como um pop de Lulu Santos “…quero te conquistar, um pouco mais e mais a cada dia…”, canta sorrindo. Já conquistou!

Para nossa cidade deixa um recado, um desabafo, um conselho: “sei que o momento não está muito bom, mas não quero falar de política. Apesar de tudo o que está acontecendo no mundo, vamos sair de casa um pouquinho pra gente se abraçar. Vamos nos afastar um pouco da Internet e do celular. Vejo, quando estou cantando, muitos casais na Internet, que não se falam direito. Vamos deixar um pouquinho de lado essa coisa de ser tão internauta e olhar mais para o lado. As pessoas não estão olhando para o lado! Não estão mais saindo de casa, não só pelo momento crítico financeiro, mas também porque encontraram alguém ou alguma coisa num aparelhinho que acham que pode substituir o olhar, o abraço. E não é bem assim”, aconselha

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