Nenhuma migalha caída de um prato escapa à vista dos pombos nas áreas urbanas. Espalhados por todo o país, eles se aglomeram em pontos onde há concentração de humanos e, principalmente, comida. À espreita por restos, ciscam entre as pernas de quem faz uma pausa para refeição na rua, levando incômodo a clientes de bares e restaurantes. Para mantê-los distantes, estabelecimentos comerciais têm apostado nas aves de rapina, predadores dos pombos.

Ave de Rapina
Brasília(DF), 03/11/2017 – Aves de rapina afugentam pombos – Aguas Claras- Foto: Michael Melo/Metrópoles

As aves de rapina são carnívoras e, diferentemente de outros pássaros, têm adaptações para caça ativa, como bico curvo e afiado, garras fortes, voo poderoso, além de excelentes visão e audição.

É o caso de um shopping em Águas Claras. Há dois anos, gaviões impõem medo aos pombos que rondam a praça de alimentação. Uma das aves rapinantes, Apollo, se empoleira em um braço do dono, Harley Ferreira, 43 anos. Por meio da técnica milenar conhecida com falcoaria — adestramento deste tipo de pássaros —, o homem controla o vaivém do bicho de estimação.

“Havia cerca de 15 pombos no horário mais movimentado, durante o almoço. Pegavam comida do chão e dos pratos”, relembra. Lemos afirma que houve reviravolta após o uso da técnica e, hoje, aparece “um ou outro” pombo entre as mesas.

O gavião, da espécie asa-de-telha, marca presença a cada quinzena. “Aqui, não permito que o Apollo abata os pombos. Mas, para essas aves, ele é um predador”, explica. “Além disso, os pombos têm grande capacidade de aprendizado: se eu vier todos os dias, acostumam-se com a presença do gavião e passam a não se intimidar”, acrescenta o falcoeiro, que tem outro gavião, além de um falcão. Ele trabalha espantando intrusos também e um estabelecimento na Asa Sul.

Na maior parte do tempo, Apollo paira na luva de couro calçada por Ferreira: isso basta para afugentar os invasores — em um raio de, pelo menos, 200m — e atrair olhares curiosos dos frequentadores. Reagem com fascínio ou medo. A estudante Lorrany Reis, 7, e seus pais não resistiram à novidade. Pararam para admirar a ave. “Gostei. Mas tive medo de vir atrás de mim”, conta a garota, logo após ver a ave, pessoalmente, pela primeira vez.

Quem está na praça de alimentação todos os dias enaltece a medida. Roni Lemos, 36, trabalha há dois anos como gerente de lanchonete no local. Nos primeiros meses, ouvia reclamações diárias dos clientes sobre a infestação de pombos.

Falcoeiro há dois anos, o estudante de agronomia Yann Amaral, 22, justifica que o abate de pombos esbarra em normas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. A prática é permitida, mas precisa atender a alguns requisitos.

Brasília(DF), 03/11/2017 – Aves de rapina afugentam pombos – Aguas Claras- Foto: Michael Melo/Metrópoles

O abate é permitido em locais específicos, onde haja alto risco a pessoas. E deve haver uma permissão do Ibama

Yann Amaral, falcoeiro

Normas do órgão incluem o animal — e outros comuns nas cidades, como ratos e insetos — entre a “fauna sinantrópica nociva”. A matança indiscriminada de pombos, sem prévia autorização do instituto, pode acarretar ação penal por crime ambiental.

Ameaça
O ornitólogo — biólogo especialista em aves — Julio Monsalvo exalta a importância de manter o controle da população de pombos, principalmente nos ambientes urbanos. Ele classifica o uso de aves rapinantes como o método mais apropriado para isso. A utilização de veneno, por exemplo, oferece risco de contaminação a humanos e outros animais.

“Os pombos são muito parasitados. Tanto interna quanto externamente. Carregam diversos tipos de bactéria e vírus que podem ser transmitidos pelas fezes. Quando secam, transformam-se em pó e a inalação disso é perigosa”, explica. Monsalvo acrescenta que os microrganismos presentes nesses pássaros podem causar alergias e doenças fatais.

O especialista afirma também que pombos são, originalmente, aves europeias, introduzidas no Brasil pelos portugueses, à época da colonização. Desde então, o pássaro, cujo habitat natural são as montanhas rochosas, adaptou-se aos telhados de casas e prédios, estruturas que, para ele, assemelham-se às pedras.

“Essas aves aprendem logo onde encontram comida e onde podem dormir. Espalham a informação e isso causa uma reação em cadeia”, descreve. Por isso, ele alerta: para evitar a proliferação desordenada de pombos, a colaboração das pessoas é fundamental.

Criação
Yann Amaral conta que qualquer pessoa pode possuir uma ave de rapina, como águias, corujas e falcões, além de gaviões. Entretanto, é imprescindível ter instrução específica. Para isso, os interessados devem passar por cursos oferecidos pela Associação Brasileira de Falcoeiros e Preservação de Aves de Rapina (ABFPAR).

A criação dessas aves dispensa vastas áreas. Prova disso é Zeus, gavião asa-de-telha do estudante. Ele cria o animal em um apartamento na Asa Norte e explica que, apesar das limitações, não há impedimentos para manter o pássaro neste tipo de residência. Além disso, as aves se alimentam de codornas abatidas a cada 24 horas. Exceto corujas, cuja dieta inclui ratos.

Fonte: Metrópoles

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