Que o cinema francês se destaca no mercado mundial de filmes não é novidade. Sabemos disso. Mas ultimamente tenho notado que antes direcionado à um público, digamos assim, mais refinado, os franceses tem se dedicado a um cinema mais comercial e menos exigente do ponto de vista artístico. Não que isso seja um problema, mas se formos comparar com aos filmes da Nouvelle Vague, por exemplo, o cinema francês descobriu que pode fazer dinheiro além de prêmios.

Apesar dessa mudança de foco, a fábrica de filmes francesa tem produzido ótimos trabalhos que ainda, apesar de comerciais, não se renderam ao estilão blockbusters comercial dos americanos. Se bem que tenho visto alguma porcaria francesa recentemente, inclusive no Festival Varilux e estrelado pelos grandes nomes de atores e atrizes mais contemporâneos das terras de Napoleão.

O filme de hoje é um exemplo que ilustra bem o que quero dizer.  Do ponto de vista artístico, “O melhor professor da minha vida” não chega a ser uma obra de arte. Mas é importante porque fala da relação professor, alunos e escola.

O longa conta a história do professor de literatura François Foucault, vivido pelo simpático e competente ator de La Comédie Française Denis Podalydès, que por uma questão circunstancial é convidado a dar aula em uma escola pública e de periferia. Abandonar o conforto e os alunos de classe social mais elevada é um desafio ao professor acostumado a outro tipo de relação pessoal com o ensino.

O filme mistura cenas dramáticas com piadas leves e bem colocadas, que dão um tom mais tranquilo à um tema que discute até onde a educação pode influenciar e modificar o futuro de jovens quase sem oportunidades vindas de outras portas que não sejam as da escola.

Uma das situações do filme mostra François discutindo com os colegas a importância da escola na vida e no futuro direto dos alunos carentes e sem qualquer outro acesso  a oportunidades que não as oferecidos pelas instituições públicas de ensino. Uma comparação e um experimento feito com peixes em um aquário abriu os olhos e a visão deste homem antes acostumado a tratar alunos como meros consumidores de conteúdos obrigatórios e não como seres humanos em busca de uma fagulha de esperança para modificar suas vidas.

Esta é a lição maior que fica.

Não espere um filme sentimentalóide com uma história mirabolante feita para chorar. Não é. Mas é um filme, mesmo que leve, necessário para professores e alunos.

Estréia estava prevista para 5 de outubro, mas foi adiada. Informaremos a nova data em breve !

 

 

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