É com grande pesar que abrimos a semana trazendo essa triste notícia. Paulo Zimbres foi o arquiteto que desenhou Águas Claras e faz parte da nossa história.

Hoje Águas Claras está mais triste porém carregada de gratidão a esse grande homem. Obrigado Paulo!

@dfaguasclaras

No Correio Braziliense a seguinte matéria:

Brasília se despediu, na madrugada desta segunda-feira (3/6), do arquiteto e professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB), Paulo de Melo Zimbres. Ele foi idealizador de Águas Claras e se destacou ainda por projetos como o Setor Noroeste e Jardins Mangueiral.

Nascido em Ouro Preto (MG), Paulo Zimbres graduou-se em arquitetura pela Universidade de São Paulo (USP), em 1960. Ao longo da carreira teve trabalhos divulgados em várias revistas como Projeto, Acrópole e AU (Arquitetura e Urbanismo). Seus projetos ganharam reconhecimento em Bienais de Arquitetura, Salões e Concursos Públicos.
O ex-secretário de cultura do DF Silvestre Gorgulho, lembra de Zimbres com muito carinho e ressalta a importância do arquiteto para a capital. “Uma perda muito grande para Brasília. Ele trabalhou com afinco para modernizar e dar melhores condições de vida para a população do Distrito Federal. Ele era um artista da arquitetura”, declarou.
Em entrevista publicada pelo Correio em maio de 2017, Paulo Zimbres escreveu um artigo em que fala sobre o projeto de Águas Claras. Com o título “Cidade necessária”, ele descreve como pensou a região administrativa e comenta sobre a polêmica mudança na densidade populacional (Leia artigo abaixo).

“Cidade necessária”

Por Paulo Zimbres, arquiteto, urbanista e professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB).
“O projeto de Águas Claras foi feito por mim porque eu era ligado aos arquitetos do GDF responsáveis pelo urbanismo. Eu estava trabalhando com eles na ocupação da região em projetos mais amplos e me pediram para trabalhar na cidade de forma expedita. Fizemos o projeto em 1991, em um hiato entre Guará e Taguatinga, em uma área agrícola em cima de uma cascalheira. Havia um estudo regional que propunha intervenção.
Esperavam que fizéssemos superquadras. Mas, entendendo que era uma cidade com mais atividades e uma liberdade maior que a do Plano Piloto, decidimos que ela abrigaria áreas mistas, ou correria o risco de virar um dormitório e perdesse no uso do metrô. Pensamos em uma cidade mais complexa, mais rica em atividade e com menos restrição de uso. Propusemos até um setor de indústria e áreas comerciais com liberdade de se fazer no térreo dos condomínios.
Como a Rua Augusta, em São Paulo. Pensamos em uma densidade de 300 habitantes por hectare.
Depois, colocaram a RA-XX sob o manto de Taguatinga, e os empresários aproveitaram a revisão prevista para a região mais antiga para mexer na nova. Pensamos em 12 pavimentos e alteraram para 30. Isso aumentou a densidade populacional gravemente. Já que foi feito, é preciso revisão urgente do plano original para mitigar os conflitos. Águas Claras é uma cidade necessária. As pessoas gostam de morar lá. Sofrem com o transporte na hora de pico, porque o metrô não foi implantado no DF em totalidade razoável.
Gostam de andar a pé, conversar nos botecos. A estrutura urbana agrada a população.”
O velório de Paulo Zimbres será na terça-feira (4/6), a partir das 8h, no cemitério Campo da Esperança, da Asa Sul. O sepultamento será às 11h.
Aguarde mais informações 
fonte: Correio Braziliense

1 Comment

  • Pelo caos reinante, trânsito confuso e densidade populacional imensa, jamais imaginei que Águas Claras tivesse um arquiteto, pensava mesmo que fosse obra do acaso. No entanto, fica agora justificado, é mesmo lamentável, faz-se um projeto, desenha-se uma cidade, realizam-se estudos e prospecções e, na hora da construção, adultera-se tudo por ganância e especulação imobiliária. Realmente, é uma tragédia generalizada.

    Anb Aleb 05.06.2019

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