“La La Land”

Damien Chazelle, o jovem diretor de “La La Land,” é um cara que gosta de jazz. E de cinema. E de cinema da melhor qualidade.
Diretor de apenas dois longas (o primeiro foi “Whiplash”) e roteirista de tantos outros sucessos, Damien é um talento a ser acompanhado. No primeiro trabalho, um aspirante a músico de jazz sofre nas mãos do maestro mega exigente (J.K.Simmons) e Damien faz uma homenagem à música e à essência do jazz como ninguém.
Em ‘La La Land”, além de exaltar a música novamente, o diretor traz para a tela todas as delícias do cinema musical da chamada “Era de Ouro de Hollywood”. Para começar, filmou em Cinemascope. Pra quem não sabe, Cinemascope usa lentes anamórficas, ou seja, lentes que produzem imagens que ocupam a tela inteira. Esse tipo de técnica cinematográfica dobrou a razão de aspecto das telas dos cinemas a partir da década de 50 (razão de aspecto é o tamanho da projeção na tela). Hoje em dia ninguém mais usa Cinemascope, mas Damien fez o filme todo assim e o resultado é magnífico.
A referências aos artistas e cenas clássicas estão nas cenas e são percebidas sutilmente. Quem conhece vai enxergar. Talvez ao espectador pouco familiarizado com o cinema musical passe despercebido. Estão lá Gene Kelly, Fred Astaire, Cyd Charisse, Audrey Hepburn, West Side Story e Ingrid Bergman.
Apesar de ser classificado como musical, “La La Land” tem poucas canções e não é aquele tipo de filme que todo mundo sai cantando por qualquer motivo. Até quem não curte o gênero vai se encantar.
As cenas, claramente coreografadas para dar o efeito desejado, soam naturais, As coreografias foram filmadas quase que em plano sequência e em sua maioria em planos abertos, diferentemente dos cortes sem fim muito comuns nos musicais modernos que lembram os clipes da MTV e disfarçam a falta de talento dos artistas.
Em “La La Land”, Mia (Emma Stone) é uma garota que luta para ser atriz e Sebastian (Ryan Gosling) um músico de jazz que sonha em ter seu próprio clube. Juntos e muito apaixonados eles enfrentam as adversidades e dificuldades da carreira em busca do sonho.O filme é divido em quatro partes, cada parte uma estação do ano.
Porém a história de Mia e Sebastian é a parte mais irrelevante do filme e eu diria que serve como pano de fundo ou como desculpa para o show de talento e direção de Damien.
“La La Land” é um filme que dá vontade de morar dentro. De ver e rever mil vezes, de fechar os olhos e sonhar. E para os cinéfilos apaixonados, como eu, um filme para descobrir, a cada nova exibição, mais uma façanha poética e espetacular do diretor.
No elenco J.K.Simmons faz uma participação especial e o músico John Legend, além de ser um dos produtores executivos, participa do filme.
A estréia está prevista para o dia 19 de janeiro, mas já tem salas anunciando pré estréia.

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