Em entrevista o governador do DF garante segurança em seu plano de reabertura. Afirma que há leitos disponíveis na rede e prevê que curva da pandemia começará a cair em 15 de julho

 

“As pessoas já não ficavam mais em casa”

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, garante que não há discrepância entre os números apresentados pela Sala de Situação da Secretaria de Saúde e a Central de Regulação de leitos. Em entrevista ao Jornal de Brasília, diz que existe uma tentativa de confundir a população.

Administrando a reabertura de todas as atividades na capital, Ibaneis diz que quando chegar o momento de retomar todas as atividades o percentual de ocupação de leitos será de 50%. “A nossa equipe técnica nunca errou em suas previsões”, afirmou. O governador também prevê o início da queda da incidência da pandemia no DF por volta do dia 15 de julho.

Embora o Refis pudesse significar um aporte de recursos de cerca de R$ 1 bilhão nos cofres do DF, o governador frisou que não tem intenção de este ano enviar outro projeto de mesmo teor a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Mas em completa sintonia com o presidente da Casa legislativa, deputado Rafael Prudente, Ibaneis trabalha pelo crescimento das bancadas federal e distrital do MDB, partido de ambos.

O senhor foi o primeiro governador a adotar medidas de isolamento, e os bons efeitos foram sentidos. A situação continua sob controle?

Nós começamos as medidas de isolamento para proporcionar a população do Distrito Federal um controle do vírus. Desde o início as curvas eram acompanhadas pelos infectologistas, pela equipe técnica e nós cumprimos todos os requisitos até chegar nesse momento, que é o momento em que temos uma estabilidade e a queda (da incidência do coronavírus) está prevista para acontecer por volta no dia 15 de julho. E todas as previsões que os nossos técnicos fizeram bateram 100%. Não aconteceu nenhum erro por parte des nossas equipes de infectologia.

Como está montada a estratégia para os próximos momentos do combate à pandemia?

Nós estamos com 129 dias de isolamento da população. É impossível continuar assim sem que as pessoas possam praticar as suas atividades. Na data em que foi aberto o comércio nós tínhamos em torno de 42% a 43% de isolamento. Essa taxa caiu para entre 38% e 39%. Isso significa que as pessoas já não ficavam mais em casa. O nosso trabalho é para fazer esse retorno de forma controlada. Para isso, fizemos uma ampla distribuição de máscaras, estamos adotando um protocolo de limpeza dos ônibus que a cada viagem os veículos são higienizados, da mesma forma que o metrô. Nós estamos colocando fiscalização nas ruas, mas uma fiscalização educativa realmente. Nesta semana a fiscalização foi no Riacho Fundo I e II e Recanto das Emas. Nós chegamos ali doando máscaras para a população, entregando máscaras e álcool em gel nos comércios. A população já está conscientizada da dificuldade que se tem com relação a esse vírus. Outro ponto importante a que chegamos foi a capacidade de atendimento dos nossos leitos.

Estão surgindo questionamentos com relação ao número de leitos de UTI disponíveis, com diferenças quanto aos números do controle de regulação e os da Sala de Situação. Por que há essa discrepância?

Hoje temos 64% das UTIs preenchidas na rede pública de saúde e vamos diminuir ainda mais. Nesta abertura que está programada nós vamos ter 50% dos leitos ocupados. Não há discrepância. O Ministério Público cria essa discrepância de propósito. Ele tenta jogar essa discrepância que não existe. O número correto é o que temos na Sala de Situação.

O que torna o leito disponível? Qual o leito que pode ser contabilizado como disponível?

O que acontece é o seguinte, a rede privada não coloca o leito disponível. Ela apenas prepara o leito para colocar disponível quando existe necessidade. Se ela colocar o leito como disponível ela tem que começar a pagar os profissionais. Essa divergência que alguns dizem existir não existe. Nós estamos aqui muito tranquilos, inclusive com os números que estamos fornecendo e esse números são reais. É com esses números que estou trabalhando desde o início, e não tem nenhuma pessoa no Distrito Federal que tenha chegado ao hospital com covid que não tenha sido atendida. Existe também a tentativa de misturar os leitos normais com os de coronavírus. Quanto aos leitos normais sempre existiu uma fila de regulação que é diferenciada. Eu estou tomando as medidas com toda a segurança, com toda tranquilidade, e todas as pessoas que procurarem atendimento para covid, e que precisarem de internação, seja em leito de enfermaria, seja em leito de UTI, será atendida.

O senhor vai mandar novamente um projeto do Programa de Recuperação Fiscal (Refis) para a Câmara Legislativa (CLDF)?

O Refis foi tratado da forma como deveria. Foi um projeto muito bem elaborado, trabalhado no Conselho Nacional de Secretários de Economia, foi encaminhado à Câmara Legislativa, rejeitado, e rejeitado está. Vou seguir o regimento (da CLDF). Só posso apresentar outro na próxima legislatura.

O senhor não pretende buscar o apoiamento necessário dos parlamentares para reapresentar a matéria ainda neste ano? O regimento da Câmara dispõe dessa alternativa.

Não, eu não mando mais o refis, é uma decisão minha.

E o Candangão (campeonato de futebol do Distrito Federal) quando volta?

A ideia de liberação dos estádios é a partir de agosto. Nós já estamos trabalhando. A secretária de Esportes, Celina Leão, está tratando com os clubes e nós deveremos liberar o Candangão a partir de agosto.

Fonte: Jornal de Brasília

 

 

 

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