Dia 1 de dezembro, foi o dia mundial de luta e combate ao HIV. Mas e você, conhece a luta que o nosso país precisou travar para conseguir o tratamento adequado?

 

Eu amo estudar e contar histórias, pois isso nos faz entender melhor, se tratando da área de saúde, como muitas doenças surgiram e sua evolução.

Falar sobre o HIV no nosso país, é contar uma história de muito medo no início, claro, mas de muita luta e conquistas incríveis para que toda a população tenha acesso ao tratamento de foram gratuita pelo SUS.

O primeiro caso registrado de HIV no Brasil, foi em 1983 no Estado de São Paulo. Um homem, infectado por via sexual e que foi a óbito. Porém em 1980, já se ouvia falar sobre o vírus.

Houve muita polêmica e até alguns profissionais de saúde se recusavam a atender os pacientes com os sintomas pois tinham medo de não saber ainda a origem e formas de transmissão da doença. Todo começo é assustador não é?

Então, a doença logo foi divulgada com apelido de síndrome gay. O preconceito era enorme na época, por total falta de conhecimento real sobre a doença ainda e por esse, na época, ser o grupo mais predominante com casos positivos. Depois, o primeiro caso em hemofílicos. Os hemofílicos são pessoas que necessitam de transfusões de sangue durante a vida.

Logo em 1985, com a Fiocruz presidida por Sérgio Arouca, que a Aids passou a ser prioridade de saúde pública. Com isso, criado o Programa Institucional da Fiocruz.

Essas medidas institucionais foram se espalhando pelo país, em estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, e Minas Gerais, sendo criados centros de pesquisas, devido ao aumento assustador de casos pelo país e óbitos.

Em 1985 José Sarney assume a presidência da república. Com isso também, temos uma mulher na governo nomeada por ele, a Sanitarista Fabíola Nunes Aguiar, que assume a Secretaria Nacional de Programas Especiais. Ela realiza a primeira reunião sobre o tema., onde foi criada uma ficha de notificação e investigação epidemiológica.

Esse foi um dos grandes marcos no avanço das pesquisas sobre o HIV, pois o Ministério da Saúde deu início as diretrizes gerais sobre HIV/AIDS.

Em 1986 foi criado o Programa Nacional de Controle da AIDS.

E foi em 1988, que o primeiro medicamento antirretroviral foi iniciado, a zidovudina.

Em 1989, pressionada por ativistas, a indústria farmacêutica Burroughs Wellcome reduz em 20% o preço do AZT no Brasil.

Em 1991 o Ministério da Saúde dá início à distribuição gratuita dos medicamentos. A OMS anuncia que 10 milhões de pessoas estão infectadas pelo HIV no mundo. No Brasil, 11.805 casos são notificados. O antirretroviral Videx (ddl) é aprovado nos Estados Unidos e a fita vermelha torna-se o símbolo mundial de luta contra a Aids.

Em 1992 o Banco Mundial liberou um empréstimo para o Brasil combater a Aids e ela passa a integrar o código internacional de doenças e os procedimentos necessários ao tratamento da infecção são incluídos na tabela do SUS. Combinação entre AZT e Videx inaugura o coquetel  anti-aids.

Em 1996  o primeiro consenso em terapia antirretroviral regulamenta a prescrição de medicamentos anti-HIV no Brasil. A Lei 9.313 estabelece a distribuição gratuita de medicamentos aos portadores de HIV. Com mais de 22 mil casos de contaminação.

Em 1999 o Governo Federal divulga redução em 50% de mortes e em 80% de infecções oportunistas, em função do uso do coquetel anti-aids. O Ministério da Saúde disponibiliza 15 medicamentos antirretrovirais. Já somos referência no mundo.

Em 2002 temos a  criação do Fundo Global para o Combate a Aids, Tuberculose e Malária, para captação e distribuição de recursos em países em desenvolvimento para o controle das três doenças infecciosas que mais matam no mundo.

Em 2007, 20 anos após o isolamento do HIV-1 no Brasil, pesquisadores investigam novos alvos terapêuticos. Relatório da Unaids divulga que, em todo o mundo, 33,2 milhões de pessoas estão infectadas pelo HIV.

Claro que tudo isso foi apenas um pequeno resumo sobre a grandiosa história de luta do nosso país. Com inúmeras pessoas que lutaram muito para que hoje, todos tenham acesso ao tratamento de forma segura e eficaz, totalmente gratuita.

Teria que usar pelo menos duas ou três colunas para descrever detalhadamente toda essa história mas, o que quero dizer com isso, é que o nosso país hoje é referência mundial no tratamento e combate ao HIV. Que todo aquele preconceito lá no início, não deve existir mais, pois todos correm o risco de contrair a doença, caso não se previnam. Mas que hoje, ela tem tratamento, formas combinadas de prevenção e o resultado positivo não é mais uma sentença de morte como antigamente.

Nas próximas matérias, falarei um pouco mais  sobre o que é o HIV e formas de prevenção.

 

Eu sou Prof. Enf. Nádia Teixeira e temos um encontro marcado aqui na coluna Café com Saúde toda quinta-feira.

Instagram: @prof.nadia_cst

 

COMECE O SEU DIA COM MAIS SAÚDE E INFORMAÇÃO!

 

 

 

 

 

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