“Tudo e todas as coisas”
 
Esses roteiros adolescentes estão cada vez mais estranhos e forçados. Fica claro que as histórias são escritas para atingir o coração dos jovens inexperientes e provocar alguma emoção primária e boba. O filme de hoje é baseado em um desses romances que estão na moda (Tudo e Todas As Coisas – Lá Dentro Está Tudo Que Ela Conhece, e Lá Fora Tudo o Que Deseja, de Nicola Yoon) que passeia pelo mundo da doença terminal de uma jovem e o amor impossível, tema pra lá de batido.
Madeleine é uma jovem que acaba de completar 18 anos e ha 17 não sai de casa. Tudo porque sua mãe, que é médica, a diagnosticou com uma doença de deficiência imunológica gravíssima, ou seja, se Maddie sair de casa e tiver contato com um virus qualquer já pode morrer. Então ela mora em uma casa hermeticamente fechada e esterelizada onde as visitas são quase zero e a vida social também. Tudo que resta é um computador, internet, livros e filmes antigos ao lado da mãe. E ela acha tudo normal.
Até que um dia Oliver, o novo vizinho, começa a conversar com Maddie através do vidro da janela e se apaixona por ela. Daí para a transgressão às regras impostas pela mãe é um pulo e Maddie resolve desobedecer e sair de casa para conhecer o mundo do lado de fora. Deixa uma carta para a mãe e foge com Oliver direto para o Havaí.
O roteiro é cheio de falhas. Porque ela pode receber algumas visitas e outras não ? Onde está o questionamento da adolescente que vive enclausurada e continua com cara de paisagem ?
Amanda Stenberg (Madeleine) é uma atriz absolutamente inexpressiva e compôs uma garota completamente sem emoção para a personagem Madeleine. Imagine você se é possível uma adolescente que nunca saiu de casa e pior, se conforma em ler livros e filmes antigos, obedece à mãe sem questionar e, quando resolve transgredir, não esboça a menor sensação de estranheza pela vida fora de casa, como se nada de anormal estivesse acontecendo. Não cola.
O namoradinho Olly (Nick Robinson) consegue dar um pouco de graça às cenas e é o único que reage com alguma emoção.
O desfecho dessa história sem pé nem cabeça está dentro do esperado e é tão absurdo quanto o resto do roteiro. Mesmo assim e apesar de tudo, Madeleine continua impassível à sua condição de garota que não reage a nada e acha tudo normal.
Mesmo que o filme seja feito para adolescentes ainda assim peca pela falta de verdade. Mas se o objetivo é emocionar e não questionar, os fãs do gênero “filme feito para chorar” devem curtir.
A direção de Stella Meghie funciona muito bem para esse fim.
A estréia está prevista para o dia 15 de junho.
 
 

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