“A Grande Muralha” perdeu a chance de contar muito mais sobre a China. 

Esse longa com ares de épico com Matt Damon como protagonista é um filme para quem curte cinema no melhor estilão blockbuster da China. “A Grande Muralha” conta como Willian (Damon) e Tovar (Pedro Pascal), dois soldados em busca do pó negro (pólvora), vão parar na Muralha da China e ajudar seu exercito a enfrentar uma comunidade de monstros com cara de dragão misturado com cachorro bravo cheio de dentes babando gosma.
O roteiro é falho em vários pontos. Will, por exemplo, é um personagem mal construído. Não fica clara qual é a verdadeira índole do mocinho. Se bandido e ladrão, se um homem correto e de bons princípios. O fato é que Will decide ajudar o exército chinês a enfrentar os Tao Tei (os monstros que aparecem a cada 60 anos para destruir a China).
Willin Dafoe está no filme como um prisioneiro da Muralha que tenta fugir com pólvora ha pelo menos vinte anos e não consegue. Não convence nem na intenção do personagem nem na atuação. É uma história completamente inútil e sem a menor influência no desenrolar da história. Poderia nem existir.
O longa, dirigido por Zang Yimou, é lotado de efeitos especiais, o que torna o filme cansativo e com ares de artificial. Por mais que sejam necessários para que a narrativa funcione, os efeitos correm o risco de ofuscar até o trabalho dos atores. Sabe aquele batalhão de monstros descendo das montanhas aos milhares e lutando desesperadamente com cenas de flechas paradas no ar antes de atingir seu alvo perfeito ? É por aí.
A entrada do exército chinês na Muralha me lembrou a Sapucaí nos desfiles de carnaval, com direito as alas coloridas, carros alegóricos, coreografias e até bateria.
Mas Matt Damon me pareceu à vontade no papel de herói do arco e flecha com suas piadinhas sutis para quebrar o gelo e ares de mocinho a procura de redenção com seu passado. Não sei se isso me deixa feliz ou me assusta. Matt Damon, quando quer, é bem melhor que isso.
Filmado todo no China, sem ao menos explorar a cultura e povo chinês, o filme é uma fantasia épica boba e sem sentido.
A estréia está prevista para o dia 23 de fevereiro.

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